quarta-feira, 17 de julho de 2019

   Há momentos da vida que pensamos que podemos simplesmente ver um personagem e nos tornar como eles.. que podemos copiar seus atos, seus pensamentos e convicções. E que esse ato mimético vai nos tronar tao durões e fodões como aqueles que miramos. Com isso nos frustramos, tentamos sufocar aquilo que somos com enfeites superficiais, adesivamos qualidades e defeitos que julgamos os melhores, mas ignoramos o que está debaixo desse macacão de formula 1, cheio de cores e formas confusas.
   Nos tornamos um outdoor poluído, tampando uma obra que não queremos ver. Tentado, assim, ser aquele personagem maneiro daquele filme, ou uma pessoa desapegada da vida e dos outros. Mas quando devíamos realmente olhar pra nós e ver o que somos, ver nossas cores, nossos patrocinadores, nossas trincas e  reforços.
   Dia a dia eu tento ser alguém... cansei dessa de ser "alguém melhor", descobri que tantos anos construindo um casulo de qualidades e defeitos grampeados a minha pele, não me tornaria o protagonista daquele filme... Ele não existe.. Eu existo e preciso me livrar desse macacão barango papagaiado e me vestir de mim.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

   Acho que de certa forma começo a compreender o que é o tal do amor e por quê procuramos tanto esse sentimento abstrato e disforme. Acredito que ele nasça de uma desesperada procura por uma aceitação, do outro. Alguém que, como dito em vários filmes e livros sobre romance ", nos aceite como somos".

   Me pergunto o que de tão importante tem nessa aceitação externa. E vejo agora que vem de uma inabilidade de nos aceitarmos. Sempre achando que há algo de errado, não com o mundo ou a realidade, mas com nós mesmos. Quantas pessoas conhecemos pela vida que se descrevem como malucas, ou perturbadas? Quando essas encontram alguém que dias que as ama é como se dissessem, "eu aceito vc, pode se aceitar". É um aval social. Se tem alguém que gosta de mim como eu sou, então eu posso gostar de mim também.

   Irão aparecer pessoas que vão dizer o contrario, que você precisa se amar primeiro para amar ao próximo, eu vejo como uma tentativa de auto afirmar algo que você sabem bem no fundo, que é mentira. Não é a toa que esse tipo de pessoa "auto amorosa", passa grande parte do tempo dizendo p os outros que se ama e não precisa de ninguém.
  
   Passamos a vida inteira sendo provados e tentando provar coisas ao outros. Pais, professores, parentes, amigos, namorada(o)s. Provar q somos inteligentes, que podemos, que conseguimos, que somos legais. E por que com o Amor seria diferente?