domingo, 18 de novembro de 2018

   Eu sei que todo mundo tem seus momento de solidão. Onde encontram-se apenas consigo mesmo e seus pensamento. Algumas pessoas, as bem aventuradas, se sentem bem com isso; eu acho. Convivem bem com sua companhia, se divertem c seus pensamentos, aproveitam o silêncio e a liberdade da solidão.
   Eu queria ser assim, queria conseguir aproveitara mim mesmo sem parecer q fui abandonado em um beco a noite. Convivo bem comigo em dias que estou entretido com o trabalho, ou com futilidades da internet; com o bate papo descompromissado com alguém do lado dela da tela. Mas em dias como hoje, onde todos estão com seus pares, suas famílias ou apenas curtindo a si mesmo, eu estou aqui... Lutando contra esses pensamentos, tentando me ocupar com algo; filmes, series, internet.. Nesses dias parecem não surtir efeito sobre essa pedra que me esmaga, essa dor que pesa e me desconcentra.
   Nem o álcool soa mais como um amigo bem vindo.
   Penso no passado e nas opções que ele que me foram dadas e as escolhas que fiz para chegar ate esse vale cheio de arvores podres. O estranho é que na maior pare do tempo eu estou bem, consigo me mantar no prumo, rodando e trabalhando, estudando e ouvindo musicas e assistindo a vídeos interessantes. Mas dias como esse.. me trazem a um quarto úmido e escuro onde as perguntas gritam em minha cabeça, os dentes de serram e forçam uns contras os outros; os olhos inquietos e secos não fixam em um ponto, tudo coça, tido incomoda e tudo cheia a doença e derrota.
   Mais uma garrafa se esvazia, penso em parar, mas lembro que o próximo passo da embriaguez me trará o sono calmante e a passagem para outro vale.. o vale escuro do sono sem sonhos, onde quando eu menos esperar. despertarei numa semana nova em folha, com tarefas novas, onde todos estariam em suas vidas ativas e novamente acessíveis para um papo trivial, uma atenção fugaz.. mas ainda assim, numa presença distante, podendo falar comigo. Dispostos a uma atenção gratuita, me distraindo das dores físicas e mentais. Me fazendo esquecer desse texto e deste sentimento, das mandibulas travadas, das dezenas de garrafas na pia, dos minutos em vazio olhando para a parede. Me distraindo do vazio q eu sou, parecendo que sou uma peça dessa maquina, rodando e funcionando.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

   Insisto em me sentir mal ao fim de cada dia.
   Não é como se algo faltasse.. Como se buscasse algo... é só um sentimento ruim...
   Um incomodo, como um inchaço depois de comer muito.. ou de não comer nada.. como um pressentimento que algo vai dar errado.. ou quando escondemos algo de nossa mãe e sabemos que em algum momento ela vai descobrir...
   O silencio da solidão deixa evidente o zumbido nos meus ouvidos; faz com que os pensamentos sejam mais legíveis. tento organizá-los inutilmente. O tal sentimento emerge dos pensamentos e memórias, o cheiro podre e ocre, me embrulha o estômago e gira minha cabeça.
   Se ao menos trouxesse a embriaguez... mas apenas me incomoda. Não me anestesia, nem me move. Me cutuca mas sem doer a ponto de me mover. Fico nessa apatia apodrecida que meleva pedaço a pedaço como a lepra de outros tempos.

   E como será quando cair o ultimo pedaço necrosado e não houver mais?

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

   A cada dia penso que a terapia não está ajudando..
As reflexões que são propostas, ou pelo menos as conclusões que eu chego, é que eu to estou perdendo meu tempo, meus amigos e em breve minha vida.
   O trabalho é uma das poucas coisas que ainda me movimenta, todo o resto me soa como andar a ermo pela cidade. Faço sem sentido, propósito e muitas vezes sem pensar.. apenas enfiei mais aquilo na minha rotina afim de não ter tempo de pensar na bosta que anda valendo minha existência. outra coisa é a certeza quase infalível que eu vou encher a cara em algum momento. Parece que só trabalho pra pagar as contas e bebidas. Talvez devesse só comprar uma corta e resolver isso logo.
   Nem escrever aqui tem tido resultado, escrevo numa tentativa pífia que alguém leia e talvez me salve dessa areia movediça que eu insisto em não sair.É, pode soar fraco, mas é o que eu tenho em mãos no momento.. Nem força para tentar segurar minhas amizades eu tenho mais. Estão caindo uma a uma como frutas podres de um abacateiro. Caem, eu as vejo explodir irremediavelmente aos meus pés e nem pra me limpar a sujeira eu sirvo, nem pra me limpar eu valho.. pra que limpar? É isso que eu mereço, anos e anos de mentiras e fingimentos fizeram de mim alguém turvo e indefinido como fumaça de cigarro.. que oscila... incomoda.. e só faz mal.
   Os parcos amigos que ainda insistem e me cercar são entretidos com poucas conversas e assuntos sem profundidade, me escondo atrás de uma futilidade nata de quem não quer se expor, de quem deve mais que tem. Devo por quê? Porque estou aqui, transformando oxigenio em gas carbonico sem oferecer nada em troca. comendo, cagando, bebendo e mijando, me masturbando escondido e fingindo ter uma vida interessante e objetiva.
   Nem inteligente eu sou, leio autores solitários e melancólicos numa tentativa vazia de encontrar um par, um semelhante. Mas vejo apenas mais um personagem distante, inalcançável. Talvez por isso a solidão ainda me pesa tanto, eu n me basto, mas também não tenh oenergias para buscar quem e ajude a bastar.
   hoje é um daqueles dias que penso no que deixaria para trás se apenas terminasse com tudo, e pouco vejo, e esse pouco me parece esmaecido. Nada é sólido, nada nutre, nada vale manter. Pra quê manter? Em algum momento aquela corda vai falar alto o suficiente para eu obedecer. E o que vai sobrar depois? Algumas coleções incompletas, alguns segredos que nunca fariam diferença... mas pelo menos essa casca cheia de nadas empilhados não estará mais aqui reclamando.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

   Hoje foi um daqueles dias estranhos.
Tudo pareceu mais distante, estranho. Como quando voltamos de uma longa viagem, ou voltamos a morar com nossa família. A casa é a mesma, os moveis os mesmos, o cheiro é o mesmo... mas algo está estranho. Uma dor de cabeça leve o mantém distraído, como uma ressaca na sexta, daquelas que você bebe, mas não o suficiente para herdar uma ressaca barra pesada. 
   Mas essa dor não é só física. É seu corpo reagindo a algo estranho, como se algum instinto ligasse pra te avisar que não tá tudo bem. E essa sensação parece que liga o pior em você. Seu sistema de defesa liga-se no máximo e a reação ao mundo e às pessoas ao seu redor é sempre a pior, não só agressivo mas irracional, O lado pé no chão e responsável da sua personalidade parece desligada, como alguém deslumbrado por um grande e belo quadro, ou quando ficamos hipnotizados com o movimento de um formigueiro recém atiçado.
   Você percebe que algo não está bem. O gosto das coisas não é mais o mesmo de ontem, o interesse se desfaz, a graça se perde. Mas estamos tão alheios a tudo que nem sabemos dizer o porquê. O dia passa, o trabalho acontece, a rotina se conclui, mas está cinza... sem gosto.. estranho.. e com aquela dor de cabeça ao fundo, como um sussurro ou uma interferência na rádio. baixo o suficiente para não chamar a atenção mas alto o suficiente pra ser percebido. Está lá.. como um grão de areia atrás do olho.. como um prego na parte mais grossa da sola do sapato, não te atrapalha completamente, mas incomoda o tanto certo pra te fragilizar.
   E essa fragilidade trás de volta coisas que jurava ter esquecido, perdido a algum tempo. Sempre há uma saída, uma solução... Alguns metros de corda, uma pesquisa rápida na internet sobre alguns nós específicos, uma base forte o suficiente e uma cadeira, e todo esse filme jamais se repetiria novamente. Pelo menos não aqui.

   Mas não hoje... por enquanto...

terça-feira, 6 de março de 2018

   É engraçado como mesmo  buscando tratamento nossa mente tende a nos esganar. Você começa a preencher espaços vagos no dia para ocupar a mente e fingir que está tudo bem.
   Os pensamentos ruins são deixados no fundo vagando enquanto se colocam outras coisas na frente. Outras tarefas, outros pensamentos outras distrações. Os questionamentos são camuflados por uma distração qualquer, trabalho, jogos, álcool... Acho que esses têm sido meus escudos para deixar de pensar e me questionar sobre o que tem acontecido. Um relacionamento baseado numa caricatura de sentimento também tem ajudado a mascarar o que realmente se passa.
   Não digo que sejam falsos, mas também não são reais.. não são autênticos.. São uma tentativa de auto afirmação daquilo que se gostaria de sentir. São uma maquiagem para o monstro, um desenho em cima de um espelho quebrado.
   Por um momento achei que tivesse sumido.. achei que os demônios tivessem sido exorcisados, mas foi necessario apenas um clique para que eles acordassem e tomassem de volta os tridentes. Eu ainda não sei como resolver isso.. pois o causador desse sentimento sou eu mesmo.. as mentiras que contei, as dores que causei.. parece que o carma britou e cresceu como uma erva daninha e cheia de espinhos...
    Como me livrar de uma culpa que não posso transferir, que não posso por em alguém? Eu sou o culpado disso e não sei lhe dar. Esse demônio está ali no canto do quarto e me observa o tempo todo. Por vezes ele entra em meu ponto cego e tudo parece bem, porém basta um leve movimento para que entre novamente em meu campo de visão e me relembre o que ele faz ali, quem o colocou ao meu lado...