sexta-feira, 20 de outubro de 2017

   O suicídio tem sido um pensamento recorrente em minha cabeça. n veio na adolescência, mas de uns anos pra cá. Posso dizer que de uns 2 anos pra cá. Sempre penso em como poderia limpar tudo antes de acontecer; contas de email, redes sociais, contas bancarias; Não deixar rastro e me tornar incomunicável antes. Então eu devaneio em começar de novo, em outro lugar, com outro nome. Como um andarilho de filme. chega como um mendigo e se instala e começa uma nova vida, outro nome, outra historia. mas eu me lembro que ainda seria o merda que eu sou. Ainda seria eu. Ainda mais solitário, sem recursos, ou a quem recorrer. Não que hoje em dia eu recorra a muitas pessoas, quer esteja cercado por todos.

   Assistindo a um filme, eu voltei a pensar em suicídio, não por que o protagonista se mata mas pelo contrario. Ele fica muito doente, e todos a sua volta sofrem pela doença dele. Penso que isso é trágico, mas ao menos os outros tem tempo de "se despedir" e dizer as ultimas palavras, desculpas, perdoes e todos esses clichês que sabemos. Mas ainda sofrem, e a internação do moribundo, ao meu ver, só prolonga esse sofrimento.

  Sempre vejo a associação do suicídio ao egoísmo. De certa forma eu concordo, mas vendo esse filme o assunto ganhou outro lado, com o suicídio esse sofrimento prolongado seria anulado. Só se teria a dor inicial que seria abrandada pelo conformismo que o tempo traz. Seria uma cisão dura porem sem delongas, como tirar um dente. Em geral as pessoas que acusam o suicídio de egoísmo se culpam por n terem visto os sinais, os porquês da pessoa ter chegado a tal ponto. E assim transferem a culpa para a vitima, que agora n pode mais se defender, mas também não precisa mais se preocupar. 

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

   Penso que as vezes vemos tanto alguma coisa que nos acostumamos com ela.
  
   Por exemplo, um bibelô barango que sua mãe ou avó ganhou ou comprou numa feira da igreja. Horrendo! Aquela gueixa de porcelana barata, mal pintada e cheia de trincas. Mas com o tempo nos acostumamos. Nesse ponto vem algo que divide os tipos de pessoas; ou você passa a não ver mais aquele bibelô ou você passa ater algum tipo de fascínio, ou atração por aquilo e coisas semelhantes.

   Quando a coisa fica invisível, ok! Desde que nada aconteça para que te chame a atenção pra ele de novo; como ele quebrar ou aparecer outro tão bizarro quanto; nunca mais a gueixa entra no seu campo de visão; agora; se acontece a outra opção, tudo se torna aquele enfeite esquisito. Começa a ver iguais ou parecidos em toda parte, supermercados, casa de amigos, lojas, bares etc. Aí começa a não achar tão feio assim, começa a tentar entender os detalhes e minúcias da peça, pára de achar barango... E inicia o desejo de ter um também, de colecionar, de ver mais opções. Pode ficar só nessa curiosidade ou vira algo parecido com uma obsessão.

   Acredito que isso aconteça com todo tipo de coisas, alimentos, roupas, decoração, preferências sexuais e afins. Talvez por isso pessoas fiquem obcecadas com gente mrota estripada, acidentes de carro, ferimentos e doenças raras, desejos sexuais diferentes, dor, choques e tudo mais que seja "incomum" para os outros. Mas o quão incomum aquilo realmente é? O que escondem em seu computador ou no fundo do armário, as pessoas chamadas de "comuns" ou "cidadãos médios". Afinal, se eh estranho e bizarro não devemos mostrar... mesmo gostando tanto... é estranho, ne?