quarta-feira, 8 de novembro de 2017

   Achei que a medida que piorasse eu conseguiria escrever mais. Quase sempre associam melancolia à boa escrita. Pensei que a escrita fosse ma ajudara colocara cabeça no lugar, a ver com mais clareza. Mas na maioria das vezes que tento escrever é algo doloroso, penoso. Não fui. Tenho que arrancar de dentro de mim. Mas mesmo assim não sai tudo, não sai como eu gostaria. E não estou falando do texto. Não sai o sentimento, a real causa do porquê me expressar. Nunca achei que seria tão difícil. Também, eu esperava o que? Que fosse me sentar aqui e escreveria como Bukowski ou Augusto dos Anjos? Que o texto sairia de mim e se montaria como uma sopa de letrinhas mágica? Quando percebo isso, vejo quão imaturo eu sou. O quanto eu preciso rever tudo que penso e acredito.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

   O suicídio tem sido um pensamento recorrente em minha cabeça. n veio na adolescência, mas de uns anos pra cá. Posso dizer que de uns 2 anos pra cá. Sempre penso em como poderia limpar tudo antes de acontecer; contas de email, redes sociais, contas bancarias; Não deixar rastro e me tornar incomunicável antes. Então eu devaneio em começar de novo, em outro lugar, com outro nome. Como um andarilho de filme. chega como um mendigo e se instala e começa uma nova vida, outro nome, outra historia. mas eu me lembro que ainda seria o merda que eu sou. Ainda seria eu. Ainda mais solitário, sem recursos, ou a quem recorrer. Não que hoje em dia eu recorra a muitas pessoas, quer esteja cercado por todos.

   Assistindo a um filme, eu voltei a pensar em suicídio, não por que o protagonista se mata mas pelo contrario. Ele fica muito doente, e todos a sua volta sofrem pela doença dele. Penso que isso é trágico, mas ao menos os outros tem tempo de "se despedir" e dizer as ultimas palavras, desculpas, perdoes e todos esses clichês que sabemos. Mas ainda sofrem, e a internação do moribundo, ao meu ver, só prolonga esse sofrimento.

  Sempre vejo a associação do suicídio ao egoísmo. De certa forma eu concordo, mas vendo esse filme o assunto ganhou outro lado, com o suicídio esse sofrimento prolongado seria anulado. Só se teria a dor inicial que seria abrandada pelo conformismo que o tempo traz. Seria uma cisão dura porem sem delongas, como tirar um dente. Em geral as pessoas que acusam o suicídio de egoísmo se culpam por n terem visto os sinais, os porquês da pessoa ter chegado a tal ponto. E assim transferem a culpa para a vitima, que agora n pode mais se defender, mas também não precisa mais se preocupar. 

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

   Penso que as vezes vemos tanto alguma coisa que nos acostumamos com ela.
  
   Por exemplo, um bibelô barango que sua mãe ou avó ganhou ou comprou numa feira da igreja. Horrendo! Aquela gueixa de porcelana barata, mal pintada e cheia de trincas. Mas com o tempo nos acostumamos. Nesse ponto vem algo que divide os tipos de pessoas; ou você passa a não ver mais aquele bibelô ou você passa ater algum tipo de fascínio, ou atração por aquilo e coisas semelhantes.

   Quando a coisa fica invisível, ok! Desde que nada aconteça para que te chame a atenção pra ele de novo; como ele quebrar ou aparecer outro tão bizarro quanto; nunca mais a gueixa entra no seu campo de visão; agora; se acontece a outra opção, tudo se torna aquele enfeite esquisito. Começa a ver iguais ou parecidos em toda parte, supermercados, casa de amigos, lojas, bares etc. Aí começa a não achar tão feio assim, começa a tentar entender os detalhes e minúcias da peça, pára de achar barango... E inicia o desejo de ter um também, de colecionar, de ver mais opções. Pode ficar só nessa curiosidade ou vira algo parecido com uma obsessão.

   Acredito que isso aconteça com todo tipo de coisas, alimentos, roupas, decoração, preferências sexuais e afins. Talvez por isso pessoas fiquem obcecadas com gente mrota estripada, acidentes de carro, ferimentos e doenças raras, desejos sexuais diferentes, dor, choques e tudo mais que seja "incomum" para os outros. Mas o quão incomum aquilo realmente é? O que escondem em seu computador ou no fundo do armário, as pessoas chamadas de "comuns" ou "cidadãos médios". Afinal, se eh estranho e bizarro não devemos mostrar... mesmo gostando tanto... é estranho, ne?

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

   Nunca, em hipótese alguma, volte a morar com parentes após algum tempo morando fora, principalmente se esse tempo tiver sido realmente sozinho. Serio, tudo irrita. as vozes, os barulhos que fazem as alterações na casa; móveis, roupas, comida... Você vai achar tudo irritante e extremamente invasivo.
  
   Sem contar nos prejuízos. As contas aumentam o trabalho aumenta, sem contar que vão quebrar coisas. Copos e pratos são as primeiras vítimas. Sabe aquela caneca de café que você adora? Vai ser quebrada em algum momento; ou por quê queriam ajudar lavando, ou por quê usaram em algum momento. É sua caneca, você a usa p tomar café desde sempre, ela está irremediavelmente marcada de cafeína, mas seu parente vai achar de bom gosto usar sua caneca pra tomar água, ou qualquer coisas que seja.

   Sua rotina será mudada drasticamente, não interessa se vieram morar com você, se ja havia uma ordem nas coisas, eles vão mudar. Então você, sendo um bom samaritano, vai se adequar a "ordem" deles. Minha experiência reforçou a minha ideia que 'nenhuma boa ação fica sem punição'; eu ouvi isso em algum lugar e desde então tem feito muito sentido pra mim. E burro que sou deixei que meu "lado bom" agisse e assim tomei no cu!

   Agora, eu que tinha todo a apartamento para usar, tenho que me limitar ao meu quarto, pois, quando estão em casa, conseguem ocupar todos os cômodos ao mesmo tempo. Sujam um mundo de vasilhas e roupa, incomodam meu cachorro e pra terminar a lambança, bebem minha cerveja e comem meus petiscos.

   Nenhuma boa ação sai impune; com minha experiência atual estou aprendendo outras facetas deste ditado. Que me taxem de antissocial, mal educado e individualista, mas nunca mais ajudo NINGUÉM; parente, amigo, desconhecido ou o Papa. Que morram e me deixem aqui. É o que da sair do meu comportamento padrão. Com o tempo tenho aprendido a viver comigo mesmo, e no momento que eu estou numa fase de auto conhecimento para me entender melhor comigo mesmo, tenho que lhe dar com outros.

   Morar sozinho não é fácil e as vezes nem é tão bom assim, mas tinha aprendido a gostar e estava começando a criar um vinculo muito forte com essa ideia. Principalmente com a liberdade que tal situação traz. Vivendo sozinho eu aprendi muito sobre mim e sobre meu funcionamento e forma geral. Essa ruptura me desbalanceou novamente e não está sendo fácil a readaptação. Meus fones de ouvido e minha porta tem sido grandes parceiros nessa jornada.

HL

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

   Hoje eu presenciei algo no metrô enquanto voltava para minha casa, eu não sei ao certo o que pensar a respeito, então vou narrar. Estava esperando o metrô a algum tempo, enquanto lia um livro do Bukowski; após algumas paginas o metrô chegou e eu me posicionei para entrar. Vi que havia um artista de rua tocando um violino ou algo que se pareça com um violino. Como não tenho paciência para esse tipo de apresentação pública; detesto esse sentimento que as pessoas tem de interromper o sossegos da pessoas em transporte público em geral; mudei minha posição para pegar outro vagão. O que vi que não adiantou em nada, por quê além do cara tocar aquela bosta estridente e alto pra cacete, os vagões são interligados, então pouco tempo depois ele estava próximo com aquele ruído estridente.

   Eu havia notado uma negra bonita lendo um livro do Sidney Sheldon; não vi o titulo pois nos livros desse autor e outros populares como ele, as editoras costumam colocar o nome do autor MUITO maior que o titulo, dessa forma eu não pude ler o nome, e não quis ficar encarando a moça, afinal eu mesmo tinha meu livro p ler; também vi uma senhora lendo o primeiro livro das cronicas de fogo e gelo do Martin, o que me surpreendeu, era uma senhora mais velha, com cabelos brancos. Quando vi aquele livro grosso em suas mãos imaginei que fosse uma versão da bíblia ou algum volume do Seleções. Porém isso não vem ao caso.

   Retomando, o cara do violino veio para o vagão onde eu e a moça negra estávamos, e quando ele, o violinista, a viu, parou de tocar a musica que estava tocando e passou para o tem de Super Mario do Super Nintendo, numa tentativa de chamar a atenção da moça, uma vez q ela vestia uma camisa com os personagens do game estampados, além de outros apetrechos do mesmo tema na mochila. O solo com a trilha sonora do game n durou muito, talvez pela inabilidade do artista de continuar dedilhando as cordas do instrumento, por não lembrar do restante da música ou por ter chegado sua estação, pois o mesmo desceu assim que o metrô parou. O cara passou ao lado da moça, mas não a tocou ou disse qualquer coisa. apenas desceu e seguiu seu caminho, como seguimos o nosso quando o veículo arrancou.

   O que me deixou pensativo foi a reação da garota negra e de uma outra mulher que estava próxima a ela, a negra revirou os olhos numa expressão de impaciência e desdém para com o musico; não estou defendendo ele, como disse n gosto desse tipo de abordagem; e a mulher comentou algo a respeito do violinista tentar chamar a atenção da negra entoando o tema do game que ela vestia. As reações tanto da negra e da mulher foram de deboche, desdenhando da tentativa do cara de trazer a atenção pra ele. A conversa entre as duas durou mais algumas frases entre elas; "nossa, que folgado.." e "quem ele acha que é pra mexer com alguém assim?".

   Reforço que em momento algum ele direcionou a voz a ela ou invadiu seu espaço pessoal, é chato um cara tocar um som irritante ou não dentro do metrô ou ônibus ou seja lá onde for? É! PRA CARALHO! E exatamente por ser chato e as pessoa em geral já verem com antipatia, que muitas vezes os artistas de rua precisam apelar para algo que veem nas pessoas em volta para gerar empatia e chamar a atenção, e quem sabe, conseguir lá suas moedinhas. A música pode ter sido uma cantada? Pode, mas pode também ter sido só uma tentativa de mudar de estratégia, já que a versão de "chorando se foi" que ele tocava não deu retorno.

   Ao meu ver foi apenas uma tentativa por parte do artista de ser diferente e chamar a atenção, tentando ser empático; as moças acharam que foi um abuso ele tentar alguma cantar uma delas com a musiquinha; tanto que ele saiu sem nem passar muito perto dela; Ah, ela estava de pé ao lado da porta, então inevitavelmente ele precisaria passar próximo. Foi mantida uma distância, e como eu disse, ele n disse nenhuma palavra com ela, nem ficou olhando, secando. Mas como já me disseram, eu não posso opinar, sou homem e não sei o que as mulheres passam de assedio todos os dias. Concordo que não sei, mas também não sei se vilanizar todo tipo de interação ou aproximação seja a solução.

HL

terça-feira, 29 de agosto de 2017

   Hoje é uma daquelas noites que eu simplesmente queria que não existisse. Por algum motivo, que eu não faço ideia, um desanimo sem fim toma conta de mim. É engraçado porque todo o corpo responde a isso, Minha visão tá estranha, minha voz soa mais rouca e sem vontade nenhuma de sair de onde eu estou.

   Parece algo supérfluo e passageiro, e realmente é, porém, tem se tornado mais constante. Achei que poderia ser por estar sempre sozinho em casa, mas atualmente tem pessoas morando comigo, e mesmo assim esses episódios tem se repetido. E sem razão, ou aparentemente sem razão. Passo o dia tranquilo, trabalhando, ouvindo música, comendo normalmente. E como uma bela cagada de pombo, bate o desânimo e eu mal consigo me concentrar pra organizar os pensamentos.

   Tento refletir e encontrar o motivo para isso. Se foi algum pensamento ruim que tive, algum medo que quis aflorar, podem não encontro. Um instante estou comendo e papeando, no outro a vontade de tudo passa e eu só consigo pensar em minha casa e minha cama. O pensamento de ter pessoas na minha casa com quem eu vou precisar interagir, me causa um desconforto, e a vontade de voltar muito mais tarde quando eles vão estar dormindo.

   Uma pseudo preocupação aparece na forma de uma pergunta automática e quase sem tempo para a resposta.
   _Ei, você tá bem?
   _ Sim, to blz.
   _Ah, ok.
   Não digo que a pessoa deva insistir, mas a resposta vem quase em cima da minha, como se fosse só pra cumprir algum rito social, idiota. Se não se interessa não finja interesse. Seja mais sincero, é melhor saber que não se importa que ficar aturando essa falsidade travestida de preocupação polida.

   Como dizem, só valorizamos as coisas quando perdemos, e é um fato. Me sentia só antes de virem pra cá, mas era algo que eu estava acostumado, eu estava sozinho e se quisesse mudar a situação podia simplesmente sair de casa, chamar um amigo ou uma a prostituta, mas agora com eles aqui, estou na famosa solidão acompanhada. É bom para aprender a aproveitar as coisas que tenho, ou tinha...

   Sim, estou so reclamando, mas é meio que pra isso que fiz esse blog. É pra ser uma valvula de escape dos meus pensamentos frustrações. Poderia só colocar em um caderno ou um arquivo de texto no meu computador, já que o caderno é descartado pois minha letra é uma droga. E o blog eu posso acessar e escrever de qualquer canto q eu tiver, o arquivo de texto não.. e uma vez que estou escrevendo em um blog de forma anônima, por que não publicar, certo?

HL

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

   Eu preciso parar de escrever meus textos como se falasse por mais pessoas, ou como se eu me identificasse em um grupo. Eu não represento ninguém, eu não me identifico com nenhum grupo, eu me sinto cada vez mais deslocado da sociedade, entre meus amigos, no meu meio familiar, em todo lugar. É como se houvesse uma película que me separa do ambiente em que vivo.

   As pessoas são estranhas pra mim.. eu não sei lê-las. Não vejo similaridades, é como se fôssemos de outra espécie. Mas não é como se eu me sentisse superior ou inferior à população, me sinto apenas diferente, destacado como uma figurinha mal colada no álbum. Escrevendo meus textos sem falar diretamente port mim é como se eu tentasse me esconder na multidão, como um covarde que fala em meio ao vozerio para não identificarem minha voz. Preciso deixar de fazer isso. Deixar de ter medo de assumir minhas palavras, meus pensamentos e opiniões, meus gostos e preferências. Preciso me revelar, me finalizar. Estou agora como um rabisco indefinido, palavras soltas em um jogo de caça palavras. Isso está me corroendo, me destruindo aos poucos; me prejudicando dia a dia como trabalhador, como pessoa, como homem, como eu mesmo.

   Vou corrigir isso, vomitar meus pensamentos, transforma-los em palavras, organizar em frases e construir textos que me façam mais transparente, que dessa forma eu possa me organizar e calar essas vozes que gritam dia a dia em minha cabeça. Usar essas palavras para tentar esboçar um alguém melhor que eu sou hoje, ou alguém pior; mas ao menos alguém que seja definido. Não posso mais ser um fantasma de mim mesmo, preciso tomar meu caminho e chegar ao que vim fazer aqui, seja lá o que for.

   Estou escrevendo estes textos por que não me aguento mais, há em mim uma vontade de destruir tudo ou apenas deixar que o tempo se encarregue disso. Que as palavras deteriorem esse sentimento de culpa e auto menosprezo, quero que com essas palavras eu encontre meu caminho e meu auto conhecimento. Preciso desapegar e arcar com o fato que alguém próximo possa ler essas linhas e saber que fui eu, mas que esse alguém possa ver algo mais próximo da pessoa que sou, e não a armadura em que me boto todos os dias antes de enfrentar o mundo. Que o alguém entenda que levantar da cama tem sido uma batalha cada dia maior e que sem essa armadura eu não passo de um covarde, diminuto e fraco; mas que precisa continuar a vida, pelo menos pra mais um dia. Pra mais uma batalha e mais uma bebida no final.

HL
   Estamos tão acostumados a nos esconder por traz de um fingimento, de um padrão fraudulento que quase não nos permitimos aproveitar coisas que a vida nos oferece ou que queremos procurar para satisfazer. Digo isso em todos os âmbitos possíveis, desde a roupa que vestimos ate o que fazemos sem roupa. Vou me apegar nesse ultimo por hora. Parece que ninguém aproveita mais a vida além de tomar conta do cu dos outros e o que enfiam ou deixam de enfiar lá.
   
   O hétero sexual padrão hoje é uma piada ridícula e uma fantasia que muitas pessoas ainda travestem; tanto homens como mulheres sentam sobre suas taras para julgar e apontar com o dedo do meio fedendo para as pessoas que tiveram o desplante de exteriorizar todos os anseios que viviam na sua mente e corpo. De dentro da sua armadura de "pessoa de bem" tecem piadinhas preconceituosas e alimentam o monstro do medo, o medo de abrir a carapaça e experimentar tudo o que o mundo oferece, medo do julgamento que o restante do exercito armadurado esta pronto pra fazer, enquanto cala o medo com todas as forças.

    Lingeries provocantes, brinquedos sexuais, fantasias diversas e posters de pessoas nuas são escondidas em caixas de sapato no fundo do armário e por vezes apenas exibidos a profissionais do sexo; que via de regra; estão ali pra isso, para cumprir seu papel sem julgar o cliente, sem ridicularizar ou rebaixar. Pelo menos é isso que se espera. Mas também somos anônimos, usamos nomes errados, telefones pré-pagos que ninguém mais tem o numero, a fim de reforçar a armadura e alimentar o medo. Afinal ele precisa crescer forte e sadio, latindo hipóteses de como seriam as coisas caso nos descobrissem, ou como seria bom se houvesse um par com o qual todo aquele circo pudesse ser compartilhado. Porém como saber? Como imaginar que debaixo de toda a proteção e distancia que todos nós mantemos uns dos outros pode haver a pessoa que está pronta a dividir e comungar de desejo? Não é como perguntar: "Qual seu sabor favorito de pizza?".

    A opressão contra os corajosos que se aventuraram fora da pesada armadura que construimos durante toda a vida é pesada e implacável. Assistimos a isso e por vezes repetimos a opressão como papagaios retrógrados e imbecis, dando assim mais um bom bife de preconceito para nosso medo, passando mais uma demão de verniz na couraça enquanto abre mais uma janela anônima no navegador, para um site que já se sabe o endereço de cor. Uma mão no mouse e outra na masturbação, um olho na tela e outro no colega ao lado, vigiando-o para não fraquejar, esperando que ele abra a defesa e se revele, mas não veja o que escondemos, que não encontre aquela caixa no armário, que não conheça aquela pessoa que nos satisfez ou, que deus nos livre, seja aquela pessoa que trocamos confidencias e caricias virtuais.

   Já pensou em como seria se dissesse a seu par que gosta de um dedo aqui, um tapa ali, ou como seria escutar que seu par quer tentar isso ou aquilo com você. Se não precisasse de usar a armadura o tempo todo. Encontrar a pessoa que pudesse falar REALMENTE de tudo. Dizem que algumas pessoas conseguem tal façanha, mas imagino que seja como enterro de anão e cabeça de bacalhau, todo mundo diz que existe, mas quem realmente viu?

HL

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

   As mulheres sempre me fascinaram. Fui criado por mulheres, cercado por elas. Imagino que praticamente toda minha geração tenha sido, afinal, grande parte de nos foram filhos não planejados, acidentais ou algo semelhante. Logo "o pai" devia sair de casa diariamente para trabalhar logo cedo e retornar só a noite, cansado, mal humorado e insatisfeito com aquela vida de merda que tinha. Muitas vezes vivendo de favor na casa dos pais de um dos dois, ou de aluguel em algum muquifo.
 
   Eu fui criado por minha avó, que era era costureira e tinha outra filha além da minha mãe. A profissão da minha avó foi o que proporcionou a maior parte do meu contato com publico feminino na infância. Mulheres de vários tipos e idades; e de diversos lugares também, a fama da minha avó se estendia bastante. Esse contato aconteceu desde sempre, me acompanhou por quase todas as fases do meu crescimento. Desde o asco pelo sexo oposto passando pela curiosidade até o interesse. Lembro de cenas onde apenas era deixado no canto ou no chão do ateliê e de quando comecei a ser obrigado a sair, talvez pela idade ou por ter sido pego olhando alguma bunda ou peito que aparecia.

   Veja, não eram modelos ou aquela gatinha que mora na sua rua, na maioria eram as mães, avós, tias ou só alguma dona que quisesse alguma peça de roupa nova ou algum conserto em algum trapo velho. Porém, eram mulheres, diferentes das que eu convivia. E gosto de pensar que todo homem passa por essa fase, onde qualquer ser do sexo oposto causa algum tipo de interesse, até os que depois se veem interessados pelo mesmo sexo. Inicialmente, me lembro que era apenas uma curiosidade como "Por que eu fui posto pra fora? O que elas vão aprontar?", depois acabou sendo algo diferente "Essa dona usa calcinhas como da minha avó ou da minha tia?". E não preciso dizer que esse questionamento logo traz uma ereção dentro das calças.

  Agora toquei em um assunto que não sei quantos amigos, primos ou qualquer homem já passou; as parentes. Aquela tia c uma bela bunda, ou a prima com os peitinhos crescendo que não tem pudor de trocar de roupa na sua frente, ou a esposa do seu tio, que entrou pra família agora mas você não sabe o nome dela direito nem como aquela camisa não explode tentando segurar aqueles peitos enormes. Mas todas essas situações também passam a ser motivo do seu pau não mais servir só pra mijar. A imaginação fervilha, e alguns acidentes, como sua tia da bunda enorme abaixar e aparecer a calcinha, ajudam para isso acontecer, e logo o banho da noite, vai durar um pouco mais que o normal daqui pra frente.

   Muitos podem me taxar de tarado, pervertido; talvez alguém que me conheça e leia esse texto confirme alguma suspeita de algo; e saibam, seus filhos da puta, essa taxação não vai abrandar aquele tesão que tinha ou ainda tem naquela sua prima que do corpão, ou todas as punhetas que você bateu p sua tia nas viagens pra praia. E não se limita a sua família, em toda turma tem um amigo c uma mãe gostosa ou uma irmã que em algum momento vai desertar o interesse. E, ao meu ver, desejar comer a mãe do seu amigo é como desejar comer a esposa peituda do seu tio.

   Não quero me justificar ou retratar por todas as punhetas, os sonhos e as fantasias que tive com tias, primas, sobrinhas, mães e etc. Mas acho que essa fase, em que toda mulher minimamente atraente fez com que a imaginação trabalhasse e endureceu meu pau, foi crucial para ser o que sou hoje. Que faz com que eu prefira aquele ou esse tipo de mulher, de corpo ou de comportamento. Mas mentalidade e comportamento é pra outro texto. Agora foi pra falar dos corpos, das bundas, dos cabelos, dos peitos, barrigas, pernas e todas as outras partes do corpo feminino que me atraíram e me atraem até hoje.

   E antes que me pergunte ou fique imaginando se ainda tenho tesão em alguma tia, prima ou mãe de amigo, eu posso dizer seguramente é que essas opções só aumentaram com o tempo. Mais amigos, tios e primos que se casam e agregam mais parentes. Mais decotes a se olhar, mais bundas para me virar a cabeça, mais abraços apertados para sentir os peitos apertados contra meu corpo, além das brincadeiras e flertes inocentes. Sem falar do álcool, que sempre pode ser uma justificativa para aquela esfregada mais safada, ou uma bolinada menos inocente. 

HL

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

As palavras saem
montam o texto
esvaziando a cabeça
mas algo não sai!

Quanto tenho que escrever
para desengasgar
desentupir
para que flua
pra fora
o veneno?

Eu o sinto no meu corpo
no meu sangue
no meu coração
me corroendo.

Não sei qual vai acontecer
primeiro eu
ou ele
a vazar
esvaziando a mente
ou o lugar.

Veneno
que eu mesmo
criei em mim
tem garantia?

HL
   Viajar é algo divertido e estranho. Saímos do conforto de nossa casa para um ir a um lugar que não conhecemos; então é difícil se deslocar; conversar com pessoas que não conhecemos; o que força uma interação quadrada e insossa; dormir numa cama que não a nossa e usar banheiros que não o da nossa casa; o que gera desconforto pela cama ser muito diferente da que temos e o banheiro não é equipado com nossos itens normais. Algumas pessoas dizem que aí que esta a graça de viajar. Ok, posso entender a coisa como uma experiência, algo que depois contamos com uma saudade ou com ar de deboche, mas a melhor parte é sempre voltar pra casa; e essa opinião é praticamente unânime. Voltar para nosso par de chinelo, nossa roupa surrada e nossa cama bagunçada é sempre um prazer indiscutível. Então, vem a pergunta: Se a melhor parte é voltar pra casa... pra quê ir?... Pra voltar ora!!!

  Veja, não acho que as pessoas não devam sair ou não devam interagir umas com as outras; Ok, em vários momentos eu acho isso SIM; mas as é que o ser humano tende a ignorar e esquecer experiências negativas e se apegar ao lado positivo, o que é bom; mas eu tenho certa dificuldade nessa parte. Eu sempre me lembro com uma certa raiva as pessoas e situações que eu não gostei, e dependendo da situação, elas ganham mais importância que as positivas. Vou citar um exemplo para ilustrar como funciona.

   Fui a um restaurante de culinária italiana, onde estava ocorrendo algumas apresentações de dança e musicas típicas, e a mestre de cerimônias era uma transexual, amiga de uma das pessoas que estava a mesa comigo. Essa pessoa, vou chamar de Ruivão e a transex de C; Ruivão conhece C desde a infância, logo antes de se assumir e fazer a operação de mudança de sexo; porém Ruivão a todo momento tecia comentários preconceituosos e de chacota a respeito de C, lembrando que em teoria são amigos, mas eu n os conhecia, não sei o nível de intimidade entre eles uma vez que os conheci recentemente e Ruivão deixou claro que não via C a muito tempo.

  Agora me diga, o que esse filho de uma cadela do Ruivão tem a ver com a vida de C e o que ela faz? É foda por que o cara não me conhecia também.. e se eu dissesses que era um trans também? Ou se tivesse uma historia dramática a respeito? Foi uma falta de respeito com C e de extremo mal gosto, para com pessoas que aquele imbecil nunca tinha visto antes. As pessoas riam q nem hienas retardadas das piadas de Ruivão, enquanto eu mal sabia para onde olhar. Agora perceba, o ligar é lindo, o show de dança e musica foi incrível, a comida estava maravilhosa; mas eu mal consegui aproveitar tudo graças a meu anfitrião e seus comentários preconceituosos.

  Eu gostaria de conseguir escrever um texto a respeito de tudo que foi legal nessa viagem, em como eu me diverti e visitei lugares legais, talvez num próximo texto eu consiga, mas nesse momento eu precisava por pra fora esse caroço de carne podre que estava engasgado. É algo a se lamentar, ver alguém que fez questão de se mostrar como alguém inteligente e mente aberta falar umas asneiras tão grandes, tem mais coisas irritantes que Ruivão fez, mas fica para outra hora.

  Mas para fechar, viagem, conheçam outros lugares, outras pessoas, tenham novas experiências, e depois retornem, aproveitem também a volta ao conforto e segurança da lar, reflitam sobre tudo que passaram e tentem tirar proveito de tudo que aconteceu, das situações boas e das ruins também, aprendam com os imbecis que encontrarem a como não ser um imbecil, por estes se reproduzem muito rápido e não podemos extermina-los sem ter que lhe dar com as implicações legais, que são sempre muito severas nesses casos...

HL

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Marreto as teclas por muito tempo
pondo pra fora pedras que me pesavam
e me afundavam, por anos a fio
mas agora as marretas ainda pesam meus braços
e continuo afundando
mas essas marretas me ajudam
a quebrar as pedras que me pesam
não posso larga-las
nem tão pouco deixar as pedras

Esse mar escuro me abraça
enche minha boca e meus olhos
minha cabeça se enche como meus pulmões
o ruido inquieto preenche ao meu redor
e parece que nada posso fazer

a não ser continuar
marretando
e quebrando
e afundando

HL
   Um término de relacionamento é sempre ruim, como diz o ditado, "uma relação é como um elástico, cada um segura de um lado quem largar primeiro machuca o outro.". E eu concordo com essa opinião; sempre quem desiste primeiro sempre está preparado, mesmo que doa. A outra parte recebe a noticia como um soco na cara. É foda, machuca pra cacete. Por vezes podemos estar ate esperando, já vendo que a relação esfriou, ou que tem algo diferente com a outra parte.
  
   As vezes eu fui a vitima mas na maioria das vezes eu fui o atirador, eu que terminei e tive que ver a pessoa recebendo a noticia e vê-la reagindo foi doloroso em todas as vezes. Por que está terminando o relacionamento mas não quer dizer que aquela pessoa não significa nada, de agora pra frente. É alguém que esteve comigo nos últimos tempos, com quem dividi todo tipo de situação e maluquice. E quando eu digo maluquices, não é pular de paraquedas ou entrar na contra mão dirigindo; é me aturar bêbado, mandando mensagens depressivas e com tendências suicidas; segurar a onda nos meus picos de cafeína, onde eu pulo o tempo todo falo que nem uma criança hiperativa e outras mil coisas assim... Sem nem falar do sexo. Mesmo não havendo mais todo aquele sentimento que nos manteve junto, doí ver a pessoa não sabendo o que falar. Dá pra ver que ela fica confusa, os olhos como que procurando algo no chão enquanto a vista embaça graças às lágrimas, os braços junto ao corpo. Então depois de algum tempo vem algumas palavras, a maioria incompreensíveis, entre alguns "mas, porque?" ou "como assim?".

   Quase todos os namoros que eu tive, eu terminei ou terminou por minha causa. Ou por que eu não consigo ver um decote, ou por que eu perco o interesse, ou por que eu sou muito fechado e não falo as merdas que minha cabeça cria; mas de forma geral, sou eu o culpado pelo fim. Minha timidez, por vezes, foi uma espécie de desafio para algumas mulheres. É como se minha dificuldade em manter um contato olhos no olho ou n conseguir manter o assunto, fosse algum tipo de convite para me darem papo. E em consequência disso, eu já perdi chances incontáveis (mas isso é assunto para outro texto.) de ficar com a garota que estava interessado ou que estava interessada em mim. E por essa falta de habilidade em perceber os sinais, quando eu finalmente os percebo, não gosto de perder a chance, heis aí umas das razões pela quais meus relacionamentos degringolam. Eu não consigo ser fiel a uma pessoa, nem sempre foi assim, mas tem anos que eu estou nesse ponto.

   Percebam, em momento algum eu disse que a culpa é da garota que se relacionava comigo ou com a que estava tendo o "flerte", a culpa é minha. Eu que deveria, mesmo notando os sinais, não deixar a coisa evoluir e manter minhas calças no lugar. Ou nas outras situações que citei, tentar manter acessa "a chama da paixão", como gostam de falar. Minha incapacidade de me abrir também é um problema, pois as pessoas em um relacionamento, procuram uma cumplicidade, uma transparência, que eu atualmente e a anos, não tenho. Acho lindo esses casais que viajam juntos, fazem planos e conseguem concluí-los; mas parece que isso não é pra mim. Sempre tem um porém, e se você que está lendo isso passa por algo semelhante, SAIBA, não melhora com tempo. Com a idade ficamos mais fechados, ranzinzas e defensivos; nos envolvemos cada vez menos nas relações e ficamos cada vez com mais preguiça do jogo da conquista.

   Mas como eu estava dizendo, eu estou sempre com a causa do termino nas mãos, ou dentro da calça em algumas ocasiões. As vezes eu minto pra mim mesmo tentando me convencer que ela me levou a fazer o que eu fiz, ou se deixei de fazer... Funciona por um tempo ( até o próximo porre), então vem aquele sentimento de culpa, do tamanho de um rinoceronte, e me atropela. Ae é a hora de mandar mensagens chorosas pra ela ou pra algum amigo que eu sei que está disponível para minha lamuria ou para encher a cara comigo.

   Já vacilei com todo tipo de mulher, mais velha, mais nova, mais alta, mais baixa, mais magra mais gorda, morena, loira, branca, negra, mulata... acho que só n vacilei com orientais por que não tenho no meu histórico. Então vem a pergunta: "Então por que você não sossega e fica satisfeito só com uma de cada vez?" ou "Por que você não para de vacilar tanto?" ou a mais drástica "Por que continua se envolvendo com as pessoas? Por que não deixa no casual e se diverte livremente sendo sincero?". E eu respondo; Porque eu não consigo! Eu simplesmente não consigo controlar isso... Eu estou alegre e contente com um namoro que nos damos bem, ela é bonita, inteligente, divertida, gostosa... Mas ae aparece uma outra garota, nem tão bonita, nem tão gostosa, nem tão inteligente nem divertida, mas é outra.. é diferente; talvez tenha os peitos maiores, ou goste de fazer algo que a namorada não faça... ou simplesmente porque é diferente. São outros papos, outros lugares, outro cheiro, outra voz, outro toque... E eu, não gostando de perder oportunidades, vou lá cago na meia e rodo no meio do quarto!

   Por mais que eu seja tímido, tenha dificuldade para fazer o primeiro contato e puxar papo, eu gosto da companhia de uma mulher, gosto do cheiro, do cabelo, de como ela me abraça quando dormimos; mas deixando o romantismo de lado, gosto quando ela me chupa, quando fala sacanagens comigo, quando eu tiro sua calcinha e posso chupa-la por um bom tempo, gosto dos peitos, das pernas, das caras que fazem quando se insinuam... E cada uma faz de um jeito, tem um cheiro, tem o olhar, a pele, tudo diferente uma da outra, e o tesão de poder experimentar faz com que eu pare de pensar com a cabeça de cima. Tem uma frase que já ouvi várias vezes; "deus deu ao homem duas cabeças, mas sangue para usar só uma de cada vez.". E eu ou o exemplo vivo disso, quando penso com o pau, eu n consigo trabalhar direito, dormir direito, o que dirá manter uma fidelidade.

HL
   Sempre tentam colocar a culpa das cagadas que as pessoas fazem na família, na criação.Não acho que sejam inocentes, mas eu penso que cada pessoa tem um filtro natural, um prisma próprio que distorce a forma como a pessoas assimila tudo o que vê, escuta, aprende e interioriza.
 
   Tem pessoas que são agressivas desde muito novos, bebês carentes que viram adultos inseguros de dependentes de atenção. O mundo ao seu redor se molda a partir do seu ponto de vista. Imagino que por isso que seja tão difícil mudar certos tipos de comportamentos e manias que desencovemos com o tempo.

   E de certa forma não acredito em personalidade herdada, pode haver semelhança de comportamento entre os familiares mas sempre há algo que difere, talvez deliberadamente ou não. mas não acho que seja uma regra, muitas pessoas são do tipo "macaco, macaco faz", e estão satisfeitas sem individualidade nenhuma. O traço de personalidade dessa pessoa, no caso, é ser um copiador, como um papagaio, repete o que escuta sem saber exatamente o porquê daquilo.

   Por isso dessa forma não acho que a família seja a culpada sempre, tem pessoas que são imbecis por que são imbecis, e pessoas que são sensatas por que são sensatas por natureza. Mas isso não as culpa nem as isenta de nada, todos devemos ter consciência que somos responsáveis por nossas escolhas e ações. Podemos nos sentir bem dizendo coisas como "- Há, mas eu fui criado assim!", mas isso não é um habeas corpus de toas as merdas que você fez e falou antes. Você não é mais uma criança que não sabe limpar a bunda e tem que gritar pela mãe sempre que vai na privada, assuma!

   Claro que não somos sozinhos no universo (infelizmente), tudo que nos cerca nos altera, principalmente quando somos jovens e burros, mas vale a pena avaliar onde na sua tenra criação algo aconteceu pra você se comportar dessa ou daquela maneira, e se é algo que te incomoda (foda-se os outros, os incomodados que se retirem), tentar entender e mudar, para melhor de preferência.

   No fim das contas, todo mundo tem culpa, mas o papel de assumir e corrigir as SUAS atitudes, só pode ser feito por VOCÊ. Se tem algo errado, que te incomoda, procure ajuda; não necessariamente profissional, cada um sabe o que te conforta, amigos, bebida, sexo, solidão, escrever textos longos e idiotas em um blog na internet... Mas faça, pense, reflita e resolva, por que ficar reclamando que tá ruim mas "é assim que fui criado" é tão imbecil quando enfiar o dedo no cu e cheirar.

HL

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

um homem precisa de pouco
para ser feliz
um trabalho satisfatório
que renda algum dinheiro
para pagar as contas e
garantir alguma bebida
e no portão do prédio
antes de entrar bêbado
ganhar uma boa chupada
da sua garota.

HL

terça-feira, 8 de agosto de 2017

   Pais são super valorizados, não a paternidade ou maternidade em si, o papel dos progenitores no crescimento da criança. Eu sou um profundo apoiador do ditado "Pai é quem cria!"; pois é muito fácil transar sem proteção ou algum acidente acontecer, nesse caso o filho pode ser o menor dos problemas.

   Não fui criado por meus pais biológicos e tive pouco contato com eles.. o pouco que tive não foi la muito satisfatório. Pessoas inseguras, fracas e irresponsáveis; sem contar que não os achava muito inteligentes também. Afinal, pelas minhas contas eram bem mais novos que eu sou hoje quando me fizeram, e nem quero imaginar as circunstâncias. Não só pelo asco de imaginar os dois na ação, mas pq imagino que foi uma daquelas fodinhas atrás de algum muro, ou arquibancada de quadra de bairro, algum lugar cheio de glamour como esses.

  Fico imaginando como eu seria se tivesse sido criado por eles, com todo o esforço para me dar boa criação eu já não sou lá grandes coisas, imagina sendo criado por uma pessoas sem o menor senso do que é a vida, não têm hoje, imagina a algumas décadas atrás.

   E como eu comecei o texto, a paternidade como figura de interferência e importância na vida da criança pode, e geralmente é, transferido facilmente para outra pessoa, ou as vezes, objeto. Não necessariamente a pessoa tem que saber quem a fez para ser feliz, e digo que em alguns casos a ignorância é REALMENTE uma bênção. Por mais que diga que não, a pessoa cria uma expectativa sobre o desconhecido, imagina o pai ou a mãe desconhecidos como os pais daquele seu amigo abonado ou daquela amiga libertária e gente boa.

   Aí que vem a primeira pedrada; Mano, se eles fossem bacanas não teriam feito merda ou teriam assumido a cagada que fizeram. Então depois dessa vem a segunda pedrada, você saca que foi literalmente largado por aqueles dois imbecis, nesse ponto você como filho sem pai nem mãe pensa: "Se esses dois aí que não sabem a diferença entre arroz e macarrão, não me quiseram, ou eu valho menos que bosta mesmo ou a pessoa que me criou me ama muito mesmo, ou eh mais idiota que esses dois aí que me fizeram.". Por experiência própria, em geral a primeira opção é a que cola.

   Ficaria tudo bem se não fôssemos curiosos e idiotas demais quando crianças. Vem aquele sentimento de "porra, meus amigos tem os pais, porque eu não?" Hoje eu penso algo como "graças a deus ou seja lá quem manda, esses dois tiveram a decência de sumir da minha vida"; mas como toas as crianças, com ou sem pais, eu era um idiota, quis conhecer os meus progenitores. Desse ponto pra frente que hoje eu vejo que minha vida começou a degringolar. Onde tudo começa a esquentar ate fervilhar quando eu percebi que por mais que eu não tivesse nenhuma culpa da cópula desprotegida dos dois animais que me fizeram, conhece-los ferrou toda minha cabeça. devia ter ficado feliz e satisfeito com o que eu tinha ate aquele momento.

   Mas a bendita curiosidade e uma certa inveja dos meus amigos que tinham uma "família formada" me fizeram ver que nem sempre a grama é mais verde do outro lado da cerca, a minha no caso tava mais murcha que alface de fim de feira. Mas fazer o que né? Nos viramos com o que tenho e vivo a vida, pelo menos os danos não foram o suficiente pra eu me tornar um exemplo de "como não fazer" que eles são.

H.L.
    O que dizemos quando alguém diz que vai ter filho?
Pra mim é uma parada assustadora... Mas em geral o sentimento que eu vejo é um mescla de alegria e desespero.
    E não é só os homens, as mulheres que vejo também tem essa expressão na maioria das vezes. Se é algo que queriam, o desespero vem do medo de não saber o que fazer ou do medo de dar merda? Será que lembram dos adolescentes imbecis que foram e temem que os filhos sejam iguais ou piores? Medo da rejeição da cria? Ou que aquele serzinho que cresce ali dentro não vingue ou se torne o próximo Hitler?
    Só o fato de ter alguém que vai depender totalmente de mim já me dá um certo pavor; frágil, trabalhoso e um tanto inútil a priori, pois só diminui a trabalheira após alguns meses. Sem falar em questões financeiras, um filho é algo CARO PARA CARALHO! Sério, se alguém quer ter um filho tem que abandonar quaisquer que sejam seus pensamentos egoístas.. Acabou, saiba. Sua vida daqui p frente é total e completamente voltada para a sobrevivência e bem estar daquela criaturinha babona ali. E quando digo sua vida, é ela como um todo, grana, descanso, sexo (lazer de forma geral) e tudo mais.
   Claro que pensando em pessoas minimamente responsáveis, que vão realmente cuidar da criatura recém chegada. Nesse ponto sempre tem alguém pra falar algo como "porque é fácil pro homem ter filho.. ele pode pular fora qualquer hora!". Realmente, para o homem é mais fácil pular fora, mas saibam que tem por aí muitas mulheres que também largam as crias, com avós, tios, na rua e etc... Nesses jornalecos baratos sempre tem reportagens sobre mães que jogam filhos no rio, ou na privada e em todo tipo de buraco pra se livrar do estorvo. Ah, mas tem a depressão pós parto, aposto que se você é mulher e esta lendo isso está pensando nesse ponto, claro que há, mas vai me falar que é em TODOS os casos houve quadro de depressão? E o candango que larga a mulher com o filho, é um GRANDESSÍSSIMO DESGRAÇADO e se houver inferno, espero que tenha um lugar para esse estrume queimar pela eternidade.
   Mas esse não era o ponto, pra começo da conversa, eu não sei como tratar alguém que me fala que vai ter filho; quando é uma alegria genuína, da p ver e eu parabenizo, afinal, é algo que a pessoa queria. Mas quando vem com a expressão de alegria/desespero eu não sei me portar. Na maioria das vezes eu respondo com um "olha só, quem diria.." com a expressão mais surpresa que eu conseguir emular na hora. Como eu não tenho (nem pretendo) gerar uma prole, eu não sei nem como é o desejo de deixar um herdeiro, como é pensar "ia ser tão bom ter um filho berrando e cagando o tempo todo aqui em casa.. tá um silencio, um sossego, uma graninha sobrando pra cerveja.. Vou arrumar um filho para encher minha vida de fraldas sujas de merda, ops quer dizer.. alegria..."
   Entenda, eu não tenho nada contra quem quer ter filho e tem a mínima condição de cria-lo; vá lá e sejam os novos Adão e Eva, repovoem o mundo! Mas não esperem que eu compreenda quando trouxerem essa praga pra minha casa e começar a gritaria, a correria em casa aquele cheiro de coalhada constante que os bebês e os pais ficam. Fiz minha escolha de não passar por isso. Falando nisso, procurar um doutor que faça vasectomia... Só por garantia!

H.L.